A empresa responsável por produzir máquinas de semicondutores ASML resolveu questionar as restrições que os Estados Unidos estão impondo na venda de equipamentos para a China. A informação foi confirmada pelo jornal holandês NRC Handelsblad.
Para Peter Wennink, CEO da ASML, a pressão dos EUA e do governo dos Países Baixos fez a empresa deixar de exportar máquinas avançadas para a China desde 2019. Contudo, para a sua surpresa, empresas estadunidenses continuaram vendendo esses equipamentos aos chineses.
Talvez eles pensem que devemos fazer algum esforço de negociação, mas a ASML já se sacrificou.
O executivo também está insatisfeito com o fato de fabricantes de chips dos EUA poderem vender seus processadores mais avançados para a China, enquanto a ASML tem que seguir as regras de controle de exportação.
É de conhecimento comum que a tecnologia de chips para aplicações puramente militares tem normalmente de dez a 15 anos de idade [são velhos]. Essa tecnologia continua sendo fornecida à China.
Por enquanto, o governo dos Estados Unidos não se manifestou sobre o assunto. Já a China abriu uma reclamação formal na Organização Mundial do Comércio para contestar as medidas do governo Biden.
Texto original (12/12/22)
Os Países Baixos devem ceder à pressão dos Estados Unidos e começar a bloquear o envio de novas máquinas de produção de chips para a China. De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, a intenção é frear o avanço chinês na produção de semicondutores.
Para isso, o governo dos Países Baixos deve impedir que a ASML - maior produtora global de máquinas de chips - exporte qualquer equipamento capaz de produzir chips de 14 nanômetros ou mais avançados.
Assim como acontece com outras empresas, os EUA querem bloquear a exportação de tecnologia desenvolvida no país. Como a maioria das máquinas da ASML tem patentes nos EUA, a empresa precisa seguir a orientação de Washington.
Os Estados Unidos ainda tem "conversado" com Japão e Coreia do Sul para que os países também evitem a venda de equipamentos para a China. Fontes afirmam que o governo estadunidense promete até mesmo retaliação a quem não se adequar ao que é exigido.
Apesar dos relatos de pressão por parte das autoridades americanas, muitos desses países citados também se preocupam com o avanço chinês no mercado de semicondutores. Por isso, fontes afirmam que os acordos estão acontecendo sem muitas dificuldades.
Caso tudo dê certo, o bloqueio total da venda de equipamentos deve começar a vigorar em janeiro de 2023. No entanto, as partes envolvidas não quiseram comentar o assunto.